Maximo Kausch chega a 59 montanhas de 6000m e bate o recorde
Texto de: Maximo Kaush
15 de agosto de 2013 - 7:58
 
 
 
 
  • Foto: Denni Morais
    Aproximando os belos cumes do Coropuna, o gigante de Arequipa Foto: Denni Morais
  • Foto: Denni Morais
    A nossa camionete alugada em Arequipa " Foto: Denni Morais
  • Foto: Denni Morais
    Marcelo Barreto e um enorme estalactite de gelo encontrado no Coropuna Foto: Denni Morais
  • Foto: Denni Morais
    Maximo partindo para a jornada de 21 horas e 28km no Ampato Foto: Denni Morais
  • Foto: Denni Morais
    O Ampato visto desde os 4600m Foto: Denni Morais
  • Foto: Maximo Kausch
    Maximo falando com o pessoal em terra no Ampato 6311m Foto: Maximo Kausch
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Aproximando os belos cumes do Coropuna, o gigante de Arequipa Foto: Denni Morais

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O projeto da caça aos 6000m vai a todo vapor. Acabei de bater o recorde, desci do Coropuna (6425m) ontem com 59 cumes acima de 6000m nos Andes. Esse já é o recorde mundial, uma grande conquista no esporte mas acima de tudo mais mapas e rotas para mais montanhistas (brasileiros espero eu) consigam chegar cada vez mais longe. Para o projeto foram apenas mais 4 cumes de 6000m pois ainda tenho pelo menos mais 57 cumes com mais de 6000m pela frente.

Nesta última etapa escalei o Chachani (6057m), o Ampato (6311m) o Coropuna (6425m) e Coropuna Norte (6407m). Nestes dois últimos peguei neve até a cintura e foi muito difícil me locomover com tanta neve. Cada passo era um sacrifício. Não tinha como eu desistir do Coropuna Norte pois a única rota que estava desprovida de tanta neve era a própria crista oeste da montanha por onde eu ia descer. Isso quer dizer que eu tinha que fazer cume para poder dormir ainda naquele dia. Apesar do sacrifício foi uma ótima experiência. Pouco se sabe sobre este gigante complexo de 3 cumes principais. Comigo estavam os brasileiros Denni Morais, Marcelo Barreto, Verônica Mambrini e Yoshimi Nagatani. Porém infelizmente eles não conseguiram o cume. Fomos com uma camionete 4x4 alugada para lugares realmente remotos.

No Ampato escolhi a crista oeste da montanha e acabei saindo do acampamento dia 08 à noite e atingindo o cume no dia 09 de manhã. Do lugar que acampei temporariamente foram 1700m de desnível até o cume. Não encontrei nenhum sinal de exploração humana no caminho pois a rota mais frequentada é pelo outro lado da montanha. No fim os pequenos degraus que eu enxergava na crista eram torres de 30 ou 40 metros de altura. Tive que escalar algum bons trechos de rocha com muita exposição. No último trecho peguei neve até a cintura e cheguei bem cansado ao cume. No entanto era apenas uma parcela do caminho pois eu ainda tive que descer até o meu acampamento a 4600m e continuar até o carro localizado a 9 km dali onde meus amigos me esperavam. Foi um total de 28km e um cume de 6300m em 21 horas. Uma perrengue que eu não conseguiria se não tivesse uma galera como aquela me dando apoio. Estávamos a 33km de estradas de terra precárias até um pequeno povoado no meio dos Andes chamado Huamco que deve ter 200 habitantes.

O Chachani foi bem diferente. É uma montanha bem explorada e tem até trilhas! O Denni Morais e Marcelo Barreto também atingiram o cume. Foi uma bela experiência e uma saída de rotina daquelas montanhas inexploradas que conheço bem. O Chachani está bem perto de Arequipa e tem um caminho de 4x4 bem marcado até o cume.

Assim foi minha semana no Peru. Agora vamos ver o que o vento vai me trazer.

Maximo Kausch