Executivo curitibano escala Monte McKinley
da redação,
3 de agosto de 2011 - 22:05
 
comentários  
 
FALTAM 3 - O Monte McKlinley foi a quarta montanha que Dino conquistou em seu projeto dos 7Cumes, restam agora a pirâmide do Carstensz localizada em Papua - Nova Guiné, ponto mais elevado da Oceania, o Mt Vinson no Pólo Sul e o Everest ponto culminante da Ásia (e do mundo). Foto: Arquivo pessoal
 

O curitibano Dino Camargo, executivo da Aymará Educação, foi o primeiro brasileiro a atingir o cume do McKinley nesta temporada. Trata-se do ponto mais alto da América do Norte, localizado no Alasca e que já vitimou fatalmente 97 pessoas, sendo quatro, só nesta temporada. A escalada desta montanha, também conhecida como Denali, com 6.194 metros de altitude, exige muito preparo, disciplina, planejamento e dedicação, atributos também necessários para se obter sucesso no mercado de trabalho.

Desde a adolescência, Dino, hoje com 47 anos, gostava de praticar escaladas. Já aos 21 anos escalou suas primeiras altas montanhas. Sua vida acabou tomando outro rumo com a formatura em Engenharia Industrial Eletrônica. Apesar de gostar muito das escaladas, acabou se afastando para se dedicar à carreira. No fim de 2008, Dino retomou seus treinamentos e escaladas, e após seis meses de treinamento, o gerente comercial conquistou o monte Aconcágua, o ponto mais altos das Américas. Localizado nos Andes argentinos, o monte fica cerca de 112 quilometros de Mendonza, e tem 6962 metros de altitude.

Em 2011, Dino apostou no grande desafio de escalar o Monte Mckinley. Foram mais de seis meses de preparação física e psicológica. Na montanha foram 20 dias entre subida e descida. “Fiz a escalada com um grupo internacional. Escalar em equipe é mais seguro, além de outros benefícios como o companheirismo, a amizade e a motivação mútua”, comenta o gerente. Este monte faz parte do grupo restrito dos sete cumes, montanhas mais altas do mundo, e sua subida é bem mais complicada por conta da sua latitude. “O frio lá é polar. No verão, época que fiz a escalada, fazia -40ºC, no inverno chega a -80ºC”. Apesar destas e outras adversidades, Dino explica a sensação de estar na montanha. “Você se sente um privilegiado por estar em um local que tão poucos estiveram. O visual é maravilhoso”.

Dino sonha com o desafio dos sete cumes, que consiste em escalar a montanha mais alta de cada continente. Além do Mt McKinley e do Aconcágua, em 2009 Dino escalou o Monte Elbrusa montanha mais alta da Europa, localizada na Rússia. Em 2010 foi a vez do Kilimanjaro na Tanzânia, ponto mais alto do continente africano. As três montanhas que faltam para completar o circuito dos sete cumes são: a pirâmide do Carstensz localizada em Papua - Nova Guiné, ponto mais elevado da Oceania, o Mt Vinson no Pólo Sul e o Everest ponto culminante da Ásia (e do mundo).

Treino e vida executiva

Para encarar estes desafios, é necessário um planejamento detalhado de todas as etapas que envolvem uma expedição. Do condicionamento físico e mental, que via de regra tem início seis meses antes do início da escalada, passando pela análise e implementação da melhor logísitica para alcançar a montanha. E depois lá permanecer em média três semanas enfrentando temperaturas de até – 40 °C, ventos de 160 Km/h e ar rarefeito, devido à altitude.

“É exatamente como num mercado concorrencial. Nenhuma empresa conquista uma posição de destaque sem um bom planejamento de como chegar lá e sem uma estratégia para se manter no caminho”, comenta Dino.

“Na montanha, adotamos o provérbio “espere o melhor, prepare-se para o pior”. Pode-se ter vários dias de escaladas em condições de clima muito favoráveis e até confortáveis, mas o mesmo clima pode mudar num instante e a equipe que não estiver preparada ou tiver planos alternativos pode ter graves consequências, não raro, fatais”, afirma o gerente.

O alpinismo ensina que para se chegar ao topo da montanha é necessario muito esforço e superação. Acreditar e persistir. E ensina também que é necessário ter humildade para saber quando não é a hora. “Na Rússia tive que voltar a menos de 300 metros verticias do cume, em virtude de uma tempestade que se instalou por vários dias na montanha. Uma escalada bem sucedida não é só medida por se alcançar o cume e sim por poder voltar para casa vivo e com saúde”.

“Na vida profissional não é diferente, a conquista de uma posição de destaque ou mesmo a liderança é sempre desejável, mas não a qualquer preço. A jornada é mais importante que o cume”, explica Dino.

Perfil

Engenheiro eletrônico de formação. Dino Camargo tem MBA pela fundação Dom Cabral, outras três pós-graduações na área de Comunicação e Marketing e especialização em Neurociências pela PUC-PR.

Na Aymará Educação, é responsável pela área comercial dos segmentos Ensino Superior e Educação Corporativa. Trabalha com a comercialização e desenvolvimento de projetos de Educação e Gestão do Conhecimento com destaque para as soluções em Educação a Distância.