Galtees Mountains – Nas colinas da Irlanda
da redação, Texto e Fotos: Jus Prado
11 de março de 2012 - 10:22
 
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O 3º MAIOR PICO IRLANDÊS - Galteebeg ao fundo, com 919m de altitude.
 
 

Apresento-lhes mais um pedaçinho desta ilha verde-esmeralda: Galtees Mountains. É um conjunto de três montanhas: Galteemore 919m (3º maior pico irlandês); Galteebeg 799m and Cush 639m.
Envolvendo-me com o pessoal do montanhismo por aqui fui conferir este pico fascinante que fica em Tipperary a apenas meia hora de Limerick, a cidade em que armei meu campo-base este ano.

Pois bem, dessa vez eu já fui preparada e garanti uma mochila reserva com uma troca de roupas, meias e tênis sequinho para depois da caminhada!
Desta vez fomos em 9 montanhistas e o líder foi o Dave. Cada caminhada tem um líder responsável, membro do clube.
A estrada de acesso é muito bonita, cercada por árvores e a impermanência do clima é um assunto que rende muito “pano pra manga”!

Não canso de me impressionar com as mudanças constantes em minutos, ao longo do mesmo dia, nuvens se movimentam com rapidez e agilidade, o céu muitas vezes parece ser mais denso, não sei muito bem como explicar, só estando aqui para ver. É sem dúvida um lugar muito especial que transmite visivelmente a essência de todos os seres pela impermanência da natureza.

Bom, iniciamos a caminhada com passos apertados para aquecer o corpo. A trilha desta vez era um pouco mais resistente sendo possível dar passos firmes sem muitos atoleiros.
Durante o caminho, muitas piadas e brincadeiras, típico humor irlandês! Já estou me familiarizando com isso e sei quando é mentira e quando é verdade, pelo menos na maioria das vezes! rs Manter o bom humor é importantíssimo para o desempenho não somente na montanha como na vida, para ultrapassar situações difíceis e o próprio desconforto.

O segundo assunto que mais rendeu depois do clima foi o St. Patrick’s Day, dia 17 de março, comemorado em vários outros países. É uma grande festa aqui na Irlanda como o nosso carnaval.
Voltando para a caminhada, na subida é necessária muita concentração sinônimo de silêncio. Respirar fundo, atolar o pé entre neve e lama, ter muito cuidado para não escorregar. Fantástica a ascensão para o Galteemore! Cada vez que dávamos uma pausa para recuperar o fôlego, eu olhava para trás e via aquele lago incrível tomando cores diferentes na medida em que a luz se refletia na água.

Na aresta da montanha, outra incrível surpresa: o vento forte; que deveria estar cerca de 50km/h tornava a progressão mais lenta. A sensação que eu tive foi de estar inteiramente junto com a montanha, eu a montanha como Um, aquele vento forte que às vezes me empurrava era como um forte abraço. Sentia-me bem e segura. A cada passo agradecia e mantive ativo um mantra em meu coração, aquecendo toda alma.

Chegando ao cume, haviam mais montanhistas, um grupo de Cork – segunda maior cidade depois de Dublin – fizemos uma pausa rápida para o lanche mais reforçado. O frio tornara-se intenso por causa do vento, a sensação térmica diminuía, então era comer rápido e se movimentar para não congelar!

Na descida o vento continuava presente e com uma leve nevasca, não conseguíamos mais ver a paisagem ao redor. Chegando a uma menor altura, os ventos foram cessando e a paisagem mudando bruscamente. Passamos pelo cume do Galteebeg e descemos toda a crista até a base.
A última ascensão, também bem íngreme, foi prazerosa. Refleti sobre o tempo que é tão relativo. Muitas vezes penso como ele passa rápido!

No cume do Cush, o último e menor pico, cumprimentos de missão quase cumprida! Ainda temos o caminho de volta.

Chegando ao carro, cumprimentos e troca rápida de roupas e calçados.
E para fechar com chave de ouro este domingo de recarregar as energias: chuva de alguns segundos e também a tradicional parada no pub para uma Guinness ou uma bebida quente!
Enjoy!


Namastê.
Jus Prado
jusprado.wordpress.com