Extremos
 
O EDITOR ELIAS LUIZ
 
Editorial: Onde estão as histórias nas telas?
da Redação: Elias Luiz
27 de junho de 2017 - 09:50
 

Reinhold Messner
 
  Elias Luiz  

No Brasil temos ótimos filmmakers. Sou fã do alemão Sylvestre Campe. Temos também Gabriel Tarso, Edson Vandeira e muitos outros. Jóias raras, que na minha opinião – é bom deixar isso bem claro – estão sendo mal aproveitadas. Eles não têm culpa disso! Estão certos! Trabalhando e ganhando experiências. Mas o que produzem, a pedido dos seus contratados é a criação de séries para o Canal OFF ou outro meio.

É bom deixar claro também, gosto do Canal OFF, isso não significa que gosto de tudo que passa. As séries para mim, em 95% das vezes é criada apenas para completar a grade da programação. De uma expedição criam 10 capítulos (enrolação) de 30 minutos a uma hora cada. Se fosse um filme, iria durar de 60 a 120 minutos. Mas para quem tem que preencher uma grade com 24 horas de programação, um filme não é nada.

É difícil ter uma série que salva, existe, mas é mais fácil escalar o Everest sem oxigênio do que achar uma boa.

Como um amigo disse, essas séries são ótimas para ver na tela enquanto você faz uma esteira na academia (com a TV sem som). Ou quando está em uma praça de alimentação e vê belas paisagens e corpos bonitos, e novamente sem som. Todas essas séries com som ou sem som, não muda nada. O que conta é a paisagem e o corpo bonito. Algo totalmente vazio e descartável. Não tem história, não tem alma, não tem mensagem.

O que defendo é a produção de filmes. Conte uma história, leve uma mensagem adiante, mostre as transformações que uma grande expedição proporciona. Mostre as diferenças das outras culturas. Mostre o início, meio e fim de uma história... isso em uma ou duas horas de filme.

Tenha certeza que o seu filme, por mais dificuldades que tenha, ele será atemporal… não será jogado no lixo depois da primeira exibição… e será visto por completo e não como as séries que a maioria só assiste um episódio… e muitas vezes, sem som.

Imagine com a qualidade técnica que Sylvestres, Tarsos e Vandeiras tem se trabalhassem em um filme?

Eu prefiro ver um filme como o do Messner (ok, peguei pesado), ou o Extremo Sul sendo reprisado 5 vezes por mês do que ver essas série além do primeiro capítulo. É muito boring!

 
EXTREMO SUL: Exemplo de um filme que poderia ter dado tudo errado, mas deu certo no final.
 
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