Extremos
 
COLUNISTA ANTÔNIO CALVO
 
Review: Mochila Thule Versant em sua 3ª geração
 
Texto: Antônio Calvo
19 de agosto de 2020 - 12:10
 
Antônio Calvo durante a caminhada de teste da mochila Thule Versant 50L a caminho da Falésia do Lagarto. - Foto: Charlie Alves
 
  Antônio Calvo  

O sol estava a pino quando passei por baixo da cerca de arame farpado. O dia estava quente e a mochila pesada, como de costume. Eu transportava muitos equipamentos de escalada: furadeira e bateria extra, soprador, cliff, fitas extras, mosquetões, cadeirinha, capacete, corda, sapatilha, além de água e lanche para toda a empreitada que certamente levaria o dia todo. Entre prosas e causos, seguia com o parceiro de escaladas "Charlie" Alves para a Falésia do Lagarto, um point de escalada no sul de Minas, no município de Paraisópolis. Tínhamos como objetivo iniciar a limpeza da parede e restaurar algumas vias antigas, revitalizando o local para a comunidade de escaladores.

Para dar conta do peso e volume a serem transportados até a base das vias, recebi a missão de testar a nova versão da mochila Thule Versant 50L em sua terceira geração; eu seria o primeiro montanhista a testá-la no Brasil! Estava muito curioso para saber como iriam funcionar os novos detalhes que eu já havia identificado na mochila. Essa nova coleção da Versant saiu do forno em três tamanhos disponíveis - entre os modelos masculino e feminino – 50L, 60L ou 70L e duas opções de cor, cinza Asphalt ou azul Aegean.

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Ao abrir a caixa notei algo muito familiar na linha de mochilas técnicas da Thule: o longo bolso frontal. Esse bolso, presente na Thule GuidePost e no modelo de 45 litros da AllTrail, tem como objetivo armazenar equipamentos ou roupas de baixo volume, já que a sua capacidade (em litros) é pequena. Diferente da Versant antiga onde este bolso era de tecido elástico, agora ele é construído com o mesmo tecido ripstop do corpo da mochila e ainda conta com um zíper para facilitar o acesso ao seu interior.

Outro detalhe que me chamou atenção foi a descontinuação dos acessórios da barrigueira conhecidos como VersaClick. A proposta destes acessórios - como os case para máquinas fotográficas, o bolso para suporte de garrafa de água e o bolso resistente a água -, é a possibilidade de utilizá-los em várias mochilas, uma vez que eles possuem os clipes “macho" e nas barrigueiras estavam presentes os clipes “fêmeas”. No lugar ganhamos, agora, um segundo bolso com zíper para itens pequenos como barrinhas de cereal, bússola, celular, chaves e documentos.

 
O bolso lateral redesenhado para o transporte de garrafa de água. Agora, além de maior, o bolso conta com duas possibilidades de uso: uma à 45º e outra a 90º. - Foto: Antonio Calvo
 

Apesar do ajuste das costas permanecer igual com o sistema de velcro - que por sinal é muito simples de usar! - a Versant 3ª geração ganhou um acolchoamento extra na lateral do costado. Para pessoas de tronco fino esse detalhe não fará a diferença, porém para as pessoas com um tronco mais largo, essas duas “asas" adicionarão um conforto extra ao transportar a mochila carregada. Fiquei muito feliz quando notei que os bolsos laterais, aqueles para o transporte de garrafa de água, também sofreram uma modificação. Além de apresentarem mais espaço - eles duplicaram de tamanho! -, possibilitando transportar garrafas de diferentes modelos, na Versant 2020 existe também uma abertura a 45º que facilita colocar e retirar a garrafa de água de uma maneira muito mais ergonômica. Isso sem a necessidade de colocar a mochila no chão ou pedir ajuda para um parceiro.

O grande zíper frontal em U que dá acesso ao compartimento principal da mochila permanece por lá. Ele é prático e ajuda na organização dos equipamentos, especialmente aqueles itens que ficaram no fundo mochila. Numa viagem urbana, por exemplo, esse bolso atua como uma mala tradicional, basta deitar a mochila com o costado para baixo e abrir o longo zíper. Outra novidade interessante que migrou da linha Stir de 15, 20 ou 35 litros é a aba de proteção superior contra intempéries. A aba possui um formato triangular que ajuda a cobrir o fechamento superior da mochila. Contudo, eu vou além: ela é ótima também para fixar uma corda por fora da mochila. Para os escaladores de plantão, esse detalhe fará muita diferença!

 
O grande zíper frontal em U. Ótimo para acessar todo o interior da mochila e especialmente aqueles itens que ficaram no fundo. - Foto: Antonio Calvo
 

A tampa superior da mochila continua similar em tamanho e objetivo. Além dos dois bolsos que ela possui, a nova Versant manteve a opção de destacá-la da mochila, transformando-a numa bolsa de ombro. Outros detalhes também permaneceram iguais como o suporte para piquetas ou bastões de caminhada, o suporte interno para o sistema de hidratação e o ajuste da barrigueira. De fato, depois de caminhar com a Versant carregada de equipamentos, percebi que as novas mudanças vieram para tornar nossas empreitadas mais práticas e funcionais. A evolução - posso até dizer revolução - que a marca tem conseguido fazer no segmento de mochilas técnicas, se pensarmos nos primeiros modelos apresentados há seis anos atrás, é fantástica.

Afinal, quem não busca uma mochila confortável e que nos sirva para uma eternidade? Pode apostar, essa vale.

Se cuidem e um abraço!

 
Nesta foto é possível observar a aba superior de proteção contra intempéries (em laranja), uma vez que a tampa superior da mochila foi removida para o teste. - Foto: Charlie Alves
 
 

E se você busca uma nova mochila, não deixe de me contatar no Armazém Aventura. Eu lhe ajudarei na escolha do melhor modelo para sua necessidade dentre os diversos modelos e coleções que a Thule oferece.

Antônio Calvo tem o apoio das seguintes marcas: Thule, Alpen Pass, Portal Extremos e Acampamento Paiol Grande.

 


Boas aventuras,
Antônio Calvo
www.armazemaventura.com.br

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