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China aumenta em 30% o preço do permit do Everest
 
da Redação: Elias Luiz
fonte: Desnivel
17 de janeiro de 2017 - 08:40
 

Elias Luiz com a face norte do Everest acima do seu ombro (lado direito da foto)
 

O setor de expedições de altas montanhas do planeta está passando por um completa restruturação e evolução nos últimos anos. Primeiro foi o Nepal, que fez importantes alterações entre clientes e operadoras locais, em suas rotas mais comercializadas, em especial a escalada da face sul do Everest.

Algumas das rotas mais populares do Himalaia estão em sua vertente tibetana. É o caso, basicamente, das rotas normais no norte do Everest, no Cho Oyu e no Shishapangma. Seguindo a tendência do Nepal, a China também está começando a regulamentar as escaladas pelo Tibet, e a desenvolver um negócio que está crescendo, apesar de tudo.

Aumento de preços

Um dos próximos passos, que já começou a ser implementado desde o início de 2017, é o aumentando dos preços das licenças de escaladas para os oito mil do Tibet. Como observado pelo especialista em montanhismo e himalayismo Stefan Nestler: “A Associação de Montanhismo Chinesa (CMA) aumentou significativamente os preços das licenças de escalada do Everest, Cho Oyu e Shishapangma em aproximadamente 30% em relação aos valores atuais.”

O preço da licença de escalada da face norte do Everest agora custa US $ 9.950 por alpinista, integrados em uma expedição de quatro pessoas. Para expedições menores, os custos aumentam exponencialmente a US $ 19.500 por pessoa. Até agora, o custo da licença de subida do Everest era de US $ 7.000.

Da mesma forma, para tentar escalar o Cho Oyu será preciso pagar US $ 7.400 por pessoa, enquanto permissão para o Shishapangma passa a custar US $ 7.150.

Estes preços estão bem próximos aos cobrados do lado nepalês, onde para escalar Everest deve-se pagar US $ 11.000, e as outras montanhas acima de 8.000m tem um preço base que começa em US $ 1.800. Tenha em mente, porém, que a esses preços ainda devem adicionar muitos complementos (transporte para o campo base, oficial de ligação, etc), enquanto os preços chineses geralmente incluem todos os serviços.

 

Turistas a beira da Rodovia da Amizade, que liga o Nepal a Lhasa (Tibet), observam o Shishapangma (8.013m) ao fundo. Foto: Elias Luiz
 

Os projetos de desenvolvimento

Este aumento de preços vem acompanhada de vários planos ou projetos de desenvolvimento da infraestrutura turística no Tibet e em função das suas altas montanhas. Há muito tempo se fala de um projeto de construção de um resort moderno em Tingri (4.350 m), a algumas dezenas de quilômetros ao norte do acampamento base do Everest. De acordo com as informações detalhadas publicadas em jornais chineses, uma área de cerca de 80.000 metros quadrados de terreno, iria incluir um sofisticado hotel, restaurantes, museu, um heliporto de emergência e até mesmo um centro de treinamento para porteadores tibetanos de montanha de alta altitude. Também será construído uma planta incineradora de resíduos.

Vilarejo de Tingri receberá o projeto de resorte voltado para o Alpinismo. Foto: Elias Luiz   A estrada que liga Tingri ao Campo Base do Everest na face norte. Foto: Elias Luiz
 

Neste mega projeto devem ser adicionados outros planos em termos de infraestrutura de transporte. O mais importante é a recente conclusão da pavimentação da estrada que leva ao campo base do Everest (5.200 m). Neste momento, há partes dele sem asfalto. Outro projeto é a conexão por trem ao acampamento base do Shishapangma.

Sem dúvida, uma grande mudança na área, que tentam copiar o modelo de turismo implementado há décadas nos Alpes para desenvolver a sua indústria de turismo de montanha.

 
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