Sonhos verticais, de Manoel Morgado
da redação: Aman Morbeck
2 de abril de 2012 - 23:45
 
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O LIVRO - Informações técnicas do livro: 16x23 cm | 216 páginas | R$ 43,00
 

Acabei de ler o livro do Morgado, lançado em março passado. Foram horas ontem, domingo, até a madrugada desta segunda-feira. Não consegui parar. O texto é envolvente, senti-me com ele em cada passo, em cada vivência, em cada dor no coração, em cada sintoma físico, em cada emoção, em cada medo, em cada superação. Desejei estar lá para abraçá-lo em seu retorno do topo de ambas as montanhas – Cho Oyu e Everest – para lhe dar o conforto e a força que, de repente, ele precisava, e também para lhe dar os parabéns e dizer que ele fez um ótimo trabalho.

Leio e ouço pessoas criticando quem faz altas montanhas como “esporte de luxo” – porque vão com guia, porque contratam carregadores, porque usam oxigênio -, mas um apaixonado por montanhas, como o Morgado, teve essas experiências, mas nem por isso seu mérito é menor.

O caminhar; o sentir; o gerenciar o estresse, o medo e a ansiedade; ter consigo aquele sentimento de solidão, mesmo cercado por pessoas; sentir mais confiança por saber que há com quem contar enquanto se lida com os próprios limites: tudo isso é pessoal e intransferível. E foi assim que Morgado vivenciou seus sonhos verticais. No livro ele descreve de forma direta cada um dos desafios enfrentados, que lhe trouxeram crescimento, provocaram mudanças e confirmaram que seu lugar, pelo menos por enquanto, é cercado por picos que desafiam e encantam, que convidam e repelem, que seduzem e assustam, que têm poder de hipnotizar e de castigar, mas dos quais é difícil ficar longe por muito tempo.

Um relato simples e sincero que resultou numa leitura apaixonante para quem ama aventura e montanhas e, mais especificamente, para quem ama as montanhas do Himalaia. Embora ele conte sobre suas duas experiências em alta montanha, o que não é minha praia, terminei a última frase do livro sentindo meu desejo de fazer o trekking aos acampamentos base do Everest e do Annapurna (embora ele não trate sobre este no livro) voltar com muita, muita intensidade. Sou louca para ver aquelas paisagens, muitas das quais ele descreve com paixão. Certamente, um livro inspirador.

Meu único “porém”, embora não tenha diminuído a importância do conteúdo, é com relação ao uso da língua portuguesa. Há muitos erros, infelizmente. Enquanto lia, fiz algumas anotações, mas depois desisti, caso contrário não avançaria a leitura. Tomara que esse aspecto seja revisto e melhorado para a(s) próxima(s) edição(ões).