Antes de tudo quero agradecer a todos que contribuíram com esta que foi a penúltima etapa do Projeto Sete Cumes. Em primeiro lugar quero agradecer a minha família que me apoia irrestritamente e ainda de saldo carrega uma carga pesada do risco que assumo, aos meus parceiros patrocinadores e apoiadores deste projeto, sem os quais, jamais andaríamos na velocidade que estamos andando, obrigado pela confiança e pelo comprometimento social e financeiro, aos meus muitos amigos que mesmo espalhados por este mundão de meu Deus, não deixam de estar presentes, aos muitos amigos virtuais cujas preces e orações são plenamente reais e eficazes. São todos vocês que com muita energia positiva me fazem ir sempre em frente e para cima mostrando que onde há um sonho e atitude não há limite.
Esta expedição foi muito suada, a que nos exigiu o maior esforço financeiro e também emocional, alem do stress natural da partida, o Spot Connect não teve cobertura na Antártida e tive comunicação apenas por duas vezes durante a expedição, o que gerou uma tensão extra, mas também foi no momento que recebi as maiores bênçãos. Graças a um excelente planejamento e uma execução bem feita, realizamos em tempo espetacularmente curto. Conseguimos driblar a força do clima antártico e em apenas 10 dias, apesar do vento e da temperatura abaixo de 40ºC negativos, chegamos ao cume e fechamos com pleno sucesso a sexta etapa do projeto sete cumes.
Ainda estou em Punta Arenas (Chile), embarcarei hoje, dia 25 de janeiro de volta para o Brasil e publicarei fotos e mais detalhes desta expedição que inclui muitas aventuras: a começar por vir a Antártida, voar no Ilyushin (IL 76), o gigante cargueiro russo onde montanhistas, esquiadores e pesquisadores embarcam e voam misturados a containers, mochilas, sacos de mantimentos e tambores de combustível. Voar em um pequeno bimotor que desliza sobre skis para decolar e pousar, tudo isso só para chegar mais perto da base da montanha onde começamos a puxar trenó no gelo para se aproximar da montanha e começar a escalar suas paredes e arestas, onde de fato começa a escalada.
Eu nunca disse que um grande sonho é barato, mas garanto que o preço jamais será maior que a satisfação da missão cumprida. Enfim chegou o momento de direcionar a bússola para a Ásia, que venha Sagarmatha (de acordo com os nepaleses) ou Chomolungma (de acordo com os tibetanos) ou simplesmente Everest, com seus 8.848 metros de muito gelo, rocha e imponência. Teremos 14 meses para intensificar a preparação.
Com muita alegria, lhes envio o meu abraço com a felicidade e o brilho no olho de um guerreiro que cumpriu sua missão de paz.
Até breve,
Rosier Alexandre

Depois de 7 horas de escalada Rosier Alexandre chegou ao cume do Vinson, completando assim a sua 6ª montanha do projeto dos 7 Cumes, agora falta o Everest. Parabéns ao Rosier e toda equipe!

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Subimos para o Campo Alto e nos mudamos para lá, montamos as barracas e tivemos um jantar agradável. E depois de um dia cansativo, finalmente vamos dormir, cerca de 02h30 no dia 17. Então, tivemos um grande dia, amanhã poderemos acordar tarde pois será um dia de descanso.

E então nosso plano é atacar o cume no dia 18. Então está tudo bem, todo mundo está indo muito bem aqui no Vinson e logo daremos notícias.

Punta Arenas - Chile
No Vinson também podemos pegar esta mesma situação, porém quero tranquiliza-los, temos recursos para suportar com segurança estas rajadas de vento e melhor ainda, para prevê-las antecipadamente e não se locomover em condições extremas de risco muito elevado.

A previsão para os próximos 10 dias na Antártida é de temperaturas de até 34 graus Celsius negativos e ventos de até 55 km/h, o que pode produzir uma sensação térmica de aproximadamente a 60 graus Celsius negativos.

Esta expedição foi planejada pensando em cada detalhe, em cada possibilidade, eu estou partindo com a tranquilidade de quem se preparou bem e está feliz por ter chegado este momento, um verdadeiro encontro. Certamente não será fácil, se fosse nem teria sentido tanta gente juntar forças para esta missão, existe um risco, porém calculado e assumido com responsabilidade. Estou pronto para ir para o cume, mas com juízo suficiente para respeitar o clima e a montanha, sempre que o cume é um objetivo que deverá ser atingido, porém com segurança.

O grupo que está partindo para a Antártida tem 43 pessoas sendo 25 para o Vinson e 18 para o Polo Sul, o grupo do Vinson está dividido em um 4 ou 5 grupos diferentes, o meu tem a seguinte composição:

• Thomas Boyer, médico de 43 anos, mora em Seatle e está fazendo os sete cumes, como eu, ele está em sua 6ª etapa. Foi o primeiro membro eu conheci e com quem dividi apartamento.
• Moharrak, uma mulher de aproximadamente 30 anos, é de Dubai, parece meio mimada, o que me assustou no início, depois alguém comentou que ela é bem forte, já fez algumas montanhas bem difíceis, o que me tranquilizou
• Craigh, um baixinho de 43 anos, americano e dono de uma simpatia cativante, quando soube que eu não falava bem inglês, se esforçou para falar espanhol imediatamente e quando eu não entendia algo se prontificava a me ajudar a entender em inglês ou até espanhol.
• Roberto, um americano descendente de italiano, corretor de imóveis com 55 anos, tem energia e simpatia que cativa desde um primeiro encontro. Tem uma mansidão quase clerical, como todo italiano, fala com as mãos.
• Joe Ashkar, americano que parece descendente de turcos, não sei o que ele faz na vida além de escalar montanhas, tem 43 anos, também está partindo para o sua 6ª etapa dos sete cumes.
• Eu, Rosier Alexandre, sou o sexto elemento, em busca do sexto cume dos sete.

Assim está formado nosso grupo: 6 pessoas, uma mulher árabe, 4 americanos e um brasileiro. Teremos dois guias americanos, o Sam, ainda jovem mas com um bom histórico de montanha e o veterano Garret Madison que já esteve no cume do Everest por sete vezes, isso dispensa falar do seu curriculum.

Confesso que quando me encontro no meio de um time tão seleto, a elite do montanhismo mundial ainda fico meio assustado, porém o meu histórico de escaladas me credenciou, eu ralei e ralo muito para estar aqui e vamos juntos para uma grande jornada em busca dos sonhos de cada um.

Depois de muito planejar e treinar, aqui estou eu a poucas horas de pousar no último continente a ser explorado, a Antártida, um grande deserto com belezas e encantos que conquistou homens como: Amyr Klink, Robert Falcon Scott, Roald Amundsen (o primeiro homem a chegar ao polo sul) e a maior referência de liderança que eu poderia citar e o maior explorador da Antártida no século XX, Sir Ernest Shackleton, um homem que nenhuma faculdade teve o privilegio de tê-lo como aluno, porém sua boa capacidade de gestão aliado a um carisma fenomenal e atitudes de extrema disciplina, determinação e zelo pelos seus colegas, deixou lições que até hoje as melhores universidades e empresas o tem como modelo de líder.

Para quem tem paixão por desafios e é apaixonado por montanhas, se encanta com a Antártida, milhares e milhares de quilômetros de uma imensidão coberta de gelo, ainda abriga montanhas com quase 5 mil metros e ainda foi cenários das mais heróicas histórias dos grandes exploradores, nenhum cenário podia ser mais desafiador e ao mesmo tempo convidativo pra mim. Aqui estou eu, aceitando o convite da montanha e seguindo a bússola do meu coração, a mais precisa que podemos ter.

Sempre que estou partindo para uma montanha recebo muitas mensagens de carinho, porém, jamais recebi tanto calor humano, se eu vivesse 208 anos, o dobro do Niemayer, ainda não teria como pagar tanto carinho. Sei que cada pessoa que me conhece pessoalmente ou virtualmente fica feliz e participa das nossas conquistas, então como amigos quero fazer uma provocação maior, neste momento estarei na Antártida ou a caminho de um grande sonho, algo que tem me custado muito, porém não mais que o retorno que tenho.

Quero convidar você a se fazer algumas perguntinhas:
• Qual o grande sonho da sua vida?
• O que eu estou fazendo para realizá-lo?
• Qual o preço que eu pagaria por isso?

Eu sei que cada um pode encontrar muitos motivos para não realizar seus sonhosdiante dificuldades da vida, mas quero que busca soluções, alternativas, caminhos.
Lembre-se: tudo aquilo que colocamos na cabeça cresce, então vamos colocar só coisas boas.

Para facilitar e ajudar, imprima estas perguntas e diariamente se permita pensar e meditar sobre elas pelo menos por 10 minutos e você verá que as soluções vão aparecendo de onde você jamais esperaria.

Boas reflexões e depois me conte os resultados.
Mais uma vez obrigado a cada um que contribui com este projeto, desde os patrocinadores, minha família, meus amigos mais próximos e os virtuais espalhados por este mundão de meu Deus.