Tibet celebra 60º aniversário da libertação pacífica
da redação: Elias Luiz
23 de maio de 2011 - 9:27
 
comentários    
 
LHASA - Essa é a parte central de Lhasa, o setor turístico e onde você tem mais contato com o povo tibetano. Em primeiro plano um chinês levando produtos para a sua loja, ao fundo os verdadeiros tibetanos que se sentem turistas em seu próprio país. Foto: Elias Luiz
 

O texto a seguir é um release enviado pelo governo chinês - O dia 23 de maio de 2011 marca o 60º aniversário da assinatura do acordo de libertação pacífica do Tibet. Hoje pela manhã, cerca de 5 mil tibetanos de todos os setores se reuniram na praça do Palácio Potala para celebrar a data especial.

Sessenta anos atrás, nesse mesmo dia em 1951, o governo central da República Popular da China assinava com a autoridade tibetana o acordo de libertação pacífica da região, abrindo uma nova página no desenvolvimento do Tibet.

Hoje, mais de 5 mil tibetanos se reuniram na Praça do Palácio Potala para comemorar o 60º aniversário dessa data emblemática. A cerimônia teve o içamento da bandeira da China, o canto do hino nacional e o depósito de flores no monumento. O senhor Nyima Tsering, morador do condado de Linzhou, perto de Lhasa, disse ao repórter:

"Meus antepassados eram escravos, não tinham nenhuma liberdade individual. Após a libertação pacífica, abraçamos uma nova vida. Eu, por exemplo, ganhei a oportunidade de cursar uma faculdade numa região antes frequentada só por ricos. Hoje visto essa roupa tibetana, algo inimaginável no passado, para lembrar essa grande data e mostrar a paixão por nosso país."

Durante essas seis décadas, o Tibet alcançou a meta de estender a educação obrigatória e a assistência médica a todos os residentes urbanos. Hoje, os moradores de zonas rurais contam com um sistema de pensão e os pastores, com a chamada "garantia mínima".

Dechen Pedron, aluna da Escola Primária no. 1 de Lhasa, também esteve na praça com seus colegas para participar da cerimônia. Ela confessou à reportagem a emoção de assistir à atividade solene, entendendo que, através do ato, pode conhecer melhor o martírio vivido por seus antepassados.

"O dia-a-dia das pessoas melhorou muito. Antes da libertação pacífica, muitas crianças tibetanas não conseguiam sequer matar a fome, muito menos se proteger do frio. Hoje, temos boas condições para viver e estudar em felicidade, o que não se podia imaginar no passado. Espero me tornar uma professora para que mais crianças tibetanas recebam educação."

Para Phurbu Tsering, professor da Escola do Partido do Tibet, a libertação pacífica do Tibet provocou duas grandes mudanças na região.

"A primeira é a mudança no sistema social. Milhões de escravos se transformaram em donos da nação, com capacidade de administrar o país e a sociedade. A outra mudança foi no desenvolvimento socioeconômico. Em 1959, o PIB do Tibete somou pouco mais de 100 milhões de yuans. Esse montante subiu para 50,7 milhões de yuans em 2010, fato que mostra o benefício dado ao povo pela libertação pacífica."

Liang Xiangmin, comentarista da Rádio Internacional da China, apontou num artigo que nos primeiros 60 anos após a libertação o povo tibetano experimentou os benefícios da estabilidade social em suas vidas cotidianas. Nos próximos 60 anos, ele disse acreditar que os tibetanos se apaixonarão ainda mais pelo ideal de unidade étnica e estabilidade social.


Nossa opinião
É interessante ver a visão chinesa sobre este tema, por mais contraditória que seja para nós. Para a China ela libertou e não dominou, colonizou e praticamente acabou com a cultura tibetana, estivemos lá no ano passado e é bem nítido que com o poderio e dinheiro chinês, Lhasa se tornou uma capital mais próspera e moderna, mas está latente em todas as partes da cidade e de todo Tibet que a prosperidade chegou apenas para os chineses que se mudaram para o país, os verdadeiros tibetanos continuam vivendo na precariedade.