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Empresa retira gratuidade na descida do bondinho do Pão de Açúcar para quem sobe pela trilha
 
fonte: O Globo
12 de agosto de 2015 - 13:15
atualizado: 15:08
 

Trilheiros e escaladores agora terão de pagar pela descida no bondinho.
 

Desde sábado, a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa que administra o complexo turístico, passou a cobrar a descida pelo teleférico após as 19h. Essa nova medida é válida para os fins de semana e feriados.

Agora, quem sobe pela trilha com a intenção de descer de bondinho nos fins de semana e feriados, precisa pagar R$ 20 a inteira ou R$ 10,00 a meia, com horário de descida a partir das 16h30. Haverá uma menina vendendo o bilhete, mas só para cartões de débito ou de crédito. Para os dias de semana continua gratuita a descida do bondinho depois das 19h.

A novidade surpreendeu o montanhista Edson Júnior, que soube da novidade na segunda-feira quando viu a placa sendo instalada.

— Fiquei surpreso. E o pior é que só aceitam cartões. Não posso pagar em dinheiro — lamentou.

Até sábado passado, as pessoas que subiam a trilha ou escalavam o Pão de Açúcar, tinham a opção de descer de volta por onde chegaram ou esperar até 19h, quando os portões da trilha fecham, para descer de teleférico sem pagar um centavo.

Femerj

Agora, a gratuidade só valerá para quem for filiado à Federação de Montanhismo do Estado do Rio (Femerj) e apresentar a credencial na bilheteria. Nos dias de semana, a descida depois das 19h continua sendo franqueada a quem sobe pela trilha.

O motivo

A empresa justificou a decisão alegando questões operacionais. De acordo com o diretor-geral da Cia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, Celso Vitrio Florêncio, nos últimos anos houve aumento no número de grupos e empresas que passaram a comercializar passeios pela trilha, causando o que ele classificou de “desvirtuamento do benefício da gratuidade”, gerando sobrecarga nos teleféricos, que têm capacidade limitada.

O diretor argumentou ainda que a venda de ingressos era um pedido de visitantes que usam a trilha como lazer, uma vez que, sem o bilhete, eram obrigados a esperar até 19h ou comprar uma entrada inteira (R$ 62) antes de acessarem as trilhas.

— A empresa vinha recebendo reclamações de visitantes pagantes que tinham dificuldade de embarcar nos últimos horários e encontrou na venda de ingressos uma forma de ser justa com todos — alegou Florêncio.

Diante da polêmica, há quem concorde com a decisão da empresa. O diretor do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Rio de Janeiro (Sindgtur), Raphael Raine, admite o uso indiscriminado da trilha, que segundo ele, num sábado recebe mais de mil visitantes.

— Por falta de educação de algumas pessoas, começaram a cobrar. Infelizmente, quem usa o espaço de forma correta, está pagando a conta — afirmou.

 
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