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Happiness
texto e vídeo: Elias Luiz
15 de novembro de 2016 - 10:00
 
Happiness está disponível para assistir no Netflix
 
  Elias Luiz  

A intrusão do mundo moderno nas comunidades tradicionais é um tema que tem sido explorado em numerosos filmes, tanto de ficção como de não-ficção. Em “Happiness” (Felicidade), o diretor Thomas Balmes viaja para um remoto vilarejo no Butão, que está prestes a ter eletricidade instalada. O filme ganhou um prêmio de cinematografia por suas imagens deslumbrantes desta comunidade de montanha do Himalaia, e pinta uma imagem evocativa e memorável de vidas em transição.

O filme começa em 1999 com imagens do rei do Butão aprovando a introdução da televisão e da internet em seu país, sob os aplausos de uma enorme multidões. Mas a aldeia de Laya tem tardado em se juntar à festa. Com apenas 900 moradores, principalmente pastores de iaques, a aldeia da montanha ficou de fora desta tecnologia moderna. Agora, pela primeira vez, o governo esta colocando cabos na cidade. O foco de Balmes, no entanto, é sobre um menino de nove anos, Peyangki, que é enviado por sua mãe para estudar no mosteiro local, porque ela não pode dar ao luxo de criar os seis de seus filhos após a morte de seu marido. No mosteiro, o menino receberá comida e abrigo, mas seu futuro não está garantido. Nove monges que vivem lá, mas o número foi reduzido a três, e o monge mais velho que instrui os dois meninos logo irá partir. Então, percebemos que este modo de vida tranquilo está prestes a se extinguir, com a nova tecnologia estendendo seus tentáculos até mesmo nestas regiões remotas.

Como o título sugere, o filme visa celebrar as belezas de uma vida simples, sem adornos. Cenas dos rapazes correndo ao redor do monastério tranquilo têm um grande encanto. Mas o filme também compreende as atrações da modernidade. Em um episódio, Peyangki viaja com seu tio para a cidade mais próxima e descobre a excitação da vida urbana. Ele vê seu primeiro manequim fora de uma loja e fica de pé na frente de uma fileira de telas de TV. Enquanto na cidade, ele conhece sua irmã mais velha, que agora está trabalhando como dançarina em uma boate. Algumas das cenas do filme, como este encontro com a irmã, parecem encenadas e ensaiadas em vez de simplesmente gravadas. Muitos documentaristas manipulam as imagens que encontram, mas este controle de direção parece um pouco mais arrogante em poucas cenas de Happiness.

Onde assistir

Netflix

Diretor: Thomas Balmes
Escritor: Thomas Balmes
Duração: 80 minutos
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Classificação: Livre
Nota: 8

Comentário

Viajei em 2010 pelo Nepal e Tibet, e as cenas de Happiness me lembram muito essa grande viagem, desse humilde povo e as belas e imensas montanhas. O Butão é conhecido por ser um país muito fechado e ao mesmo tempo um povo feliz.

As imagens do filmes são encantadoras, mas o que mais surpreende são as imagens do povo assistindo televisão pela primeira vez. Parecia que naquele momento eles estavam perdendo a sua verdadeira alma.

Depois que assistir o filme, deixe aqui as suas impressões!

 
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