Extremos
 
BIKEPACKING VINICIUS MARTINS
 
Transcontinental Race 2016
UM BRASILEIRO NA MAIOR PROVA CICLÍSTICA E DE AUTOSUFICIÊNCIA DO VELHO CONTINENTE
 
 
Começou, o brasileiro Vinicius Martins é o número 74.
 
notícias
 

30.09.2016 - 18:55

16º dia: Podcast 145

 
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15.08.2016 - 13:57

Fim da Transcontinental Race 2016

  Elias Luiz  

"Terminei", foi assim que me senti ontem no primeiro segundo após chegar no Saat Kulesi, em Çanakkale, Turquia. Foram 16 Dias, 1 hora e 21 minutos com 3.950 km rodados. Passei pelos mais variados relevos, vegetações, temperaturas e ventanias disponíveis na Europa.

Foram 14 países, 6 moedas e mais de 12 línguas. Muitos carimbos no passaporte. Muitas perguntas sobre para onde ia e porque um brasileiro estava ali longe da olimpíada.

Dormi em pousadas, albergues, hostels, hotéis (até um 4 estrelas), posto de gasolina abandonado, estacionamento de estação de trem, floresta e até num parquinho infantil (do lado do gira-gira). Comia o que encontrava, o que dava e o que podia (de tudo!).

Vivi experiências de exaustão e até mesmo de realidades muito distante das nossas (encontrei refugiados e fiquei apavorado).

Ainda tenho muito o que pensar e ainda descansar para absorver tudo que passei em pouco mais de duas semanas. A bicicleta literalmente me levou até onde nunca imaginei.

Nas próximas semanas eu procurarei compilar alguns vídeos que não consegui postar e escrever sobre situações vividas... Ou mesmo encontrar os amigos para contar algumas dessas histórias.

Agradecimentos

É importante agradecer os amigos e apoiadores que me ajudaram a terminar esse feito pessoal.

Velodrome Bikeshop obrigado por apoiar essa empreitada!!!! Valeu a pena. O Caetano comprou a ideia desde o começo e deu certo. Valeu Octavio e David. Obrigado Giro pela sapatilha e luvas e Uvex pelo capacete e óculos. E Corratec com o apoio na camisa. Obrigado Marli Cristina Ferreira, Marina Penteado Gusson, Bruna Souza e Carla Tamanaga. A preparado física, mental e nutricional foram perfeitos. Ainda mais após o desafio de me recuperar após o acidente de carro. Obrigado Igor Laguens, suas dicas sobre limites e esforço funcionaram muito bem. Consegui andar no meu limite, respeitando meu cansaço e o quanto ainda tinha que fazer para terminar. Obrigado Elias Luiz do Portal Extremos pela cobertura online e por apostar no seguimento de Bikepacking.

Minha Família querida (mineira e gaúcha), que de longe mandava boas energias, principalmente minha mãe Niva Martins, que estava angustiada olhando um pontinho se movimentar no mapa. Te amo mãe!!!

E por fim, obrigado minha linda Patricia Volpato por estar presente em todas as etapas da preparação e estava lá para me receber. Foi a minha maior motivação para chegar. Eu não via a hora de te dar um beijo e um abraço.

A palavra que melhor exemplifica para mim essa grande aventura é: "Surreal!!!"

Agradeço todas as mensagens de apoio, curtidas e compartilhamentos. Na medida que pude, eu tentei compartilhar um pouco do que vivi.

Espero poder inspirar outras pessoas, comuns como eu, a acreditar que podem fazer coisas grandes. Só precisam mesmo se preparar e viver a sua própria aventura.

Fim da Transcontinental Race 2016.   Passaporte completo.
   

05.08.2016 - 19:15

8º dia: Podcast 139

 
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02.08.2016 - 14:52

5º dia: Travessia dos Alpes

Essa foi a minha cama vermelha na noite anterior.   Começou o belo visual dos Alpes.
Hora de calibrar e repor as energias.   A vista da minha janela... hoje dormi melhor!
Alpes, Alpes e mais Alpes... tudo que sobe, uma hora desce.   Ahhh.... os Alpes!
Passando pelo PC2.   Batendo forte!
   

02.08.2016 - 14:40

4º dia: Saint-Germain-du-Bois

  Elias Luiz  

De ontem para hoje eu queria pedalar pelo menos uns 250 km, para descansar um pouco e gastar um pouco dos quilômetros extras que já pedalei da média diária mínima. Até o momento pedalei 1.020 km, nos 3 primeiros dias, uma média de 340 km por dia, sendo que o meu objetivo é chegar para a festa de encerramento, e para isso preciso manter uma média diária de 285 km. Então ainda estou com créditos. Hoje eu também pretendo andar uns 250 km para preservar as pernas, pois hoje chego a Suíça e amanhã começa as escaladas longas pelos Alpes.

Na noite de ontem eu não tinha uma cidade definida para dormir, por isso quando passei por Chalon-sur-Saône fui em um supermercado e comprei uns 4 kg de comida, para o jantar, o café da manhã e o almoço de hoje. Comprei castanhas, gatorade, queijo, presunto, pão, banana, maça e bolachas.

Voltei para a pista e depois de um tempo fui procurar um lugar para dormir, e sei que muitas rodovias por aqui tem camping, mas eu sabia que essa não teria e através do mapa do GPS do Garmin encontrei uma floresta e foi alí que decidi dormir. Meu saco de dormir é para 10ºC com conforto, e no momento que deitei o Garmin estava marcando 12ºC. Mas no meio da noite acordei com frio, e logo percebi que a temperatura tinha baixado para menos de 10ºC e o saco de dormir não estava mais dando conta. Por isso peguei aquela manta de emergência e coloquei por cima do saco de dormir. Coloquei uma blusa e envolvi as pernas com uma outra blusa. Mas mesmo assim passei frio durante a noite.

Da próxima vez que fizer um camping selvagem vou me prevenir mais e dormirei com o manguito, pernito, vestir uma blusa e deixar a outra do lado, pois esse saco de dormir é para conforto, ele não aguenta muito frio.

Meu camping selgavem. Passei muito frio durante a noite.   Château-Chalon, localizada em uma falésia. Uma das mais belas comunas da França.
   

01.08.2016 - 18:30

3º dia: PC 1 - Clermont Ferrand

  Elias Luiz  

Rodei até o momento 800 km. Ontem passei pelo primeiro ponto de controle da prova, o PC1 em Clermont Ferrand, na França. A minha média diária está em 330 km, sendo que para eu finalizar a prova e participar da festa de encerramento tenho por obrigação fazer uma média diária de 285 km. Então estou dentro do limite e com um pouco de folga para gastar, caso haja necessidade, principalmente nos Alpes.

No primeiro dia, a largada foi às 22:00, eu tive que parar às 7:00 para dormir três horas, para compensar o fuso horário do Brasil e descansar. Depois voltei a parar às 19:30 e dormi umas sete horas e levantei às 5:30 da manhã para prosseguir na prova. Esta noite parei no PC1 e dormi umas seis horas. Então acho que agora estou administrando bem as paradas e o descanso.

Hoje eu ainda durmo na França, mas amanhã atravesso para a Suíça. A bicicleta até o momento não apresentou nenhum problema. Fisicamente também estou bem. Os equipamentos, as bolsas, estão tudo bem, até o mometo eu não usei 40% do que eu trouxe, mas quando chegar nos Alpes, no frio, isso vai mudar.

Uma parada na comuna de Lapalisse, França.   Meu passaporte devidamente carimbado no PC1 em Clermont Ferrand, na França.
   

29.07.2016 - 12:30

Bicycle Setup

Um vídeo onde eu explico os detalhes da minha bike.

 
Conheça a bike que irei utilizar na Transcontinental Race 2016
 

15:50 - Bikes para todos os gostos

Essas fotos são do local da concentração da largada e eis algumas das bikes que estarão participando. Tem modelos e configurações para todos os gostos.

     

28.07.2016 - 21:30

De bike para Geraardsbergen

  Elias Luiz  

Hoje foi o dia de ir para a cidade da largada. Através do grupo do Facebook focado na prova eu conheci uma das participantes e o seu namorado, Rishi e Ben, da Austrália. Combinei com eles de irmos pedalando juntos de Bruxelas até Geraardsbergen. A cidade é conhecida pela subida da Kapelmuur, presente nas antigas edições do Tour de Flandres, e tradicional nas disputas de posições.

O dia estava nublado em Bruxelas, e aos poucos foi se abrindo durante o percurso programado pela Rishi. Muito vento e terreno plano pelas plantações de trigo e milho, e algumas pequenas fazendas de vacas leiteiras. Visual incrível!!!

Fizemos uma parada para um café e chegando em Geraardsbergen a primeira coisa que fizemos foi escalar o de Muur. Não é tão longa quanto eu achava, mas muito bonita e visual bem legal do alto.

Procuramos um lugar para almoçar e tomamos cerveja belga com mais dois ingleses, um dinamarquês e outro australiano. Uma imersão cultural em vários tipos de ciclismo. Cada um com sua estratégia e rota.

Amanhã será o grande dia!!!!

De Bruxelas até Geraardsbergen, a cidade onde acontecerá a largada. Assista em HD.
 

27.07.2016 - 15:10

Rolê em Bruxelas

Testando a bike e conhecendo a vizinhança em Bruxelas / Bélgica.

A bela Bruxelas. Clique em HD para assitir em melhor qualidade.
 

26.07.2016 - 20:00

Na Bélgica

Chegando em Bruxelas

Pegando o trem do Aeroporto de Bruxelas para o hotel. Clique em HD para assitir em melhor qualidade.
 

25.07.2016 - 21:34

Embarcando

  Elias Luiz  

Estou embarcando agora para a Belgica, digitando de dentro do avião e viajo para fazer a maior prova ciclística de etapa única da Europa. A largada será na Bélgica, no dia 29 de julho, e a chegada na Turquia, serão quase 4000 km em aproximadamente 13 dias.

Fiquem ligados aqui no EXTREMOS, onde publicarei o meu diário de expedição com textos, fotos e podcast! Obrigado a todos pela torcida e aguardo comentários!

A bike encaixotada, pronta para embarcar.
 

25.07.2016 - 16:45

Vai começar

  Elias Luiz  

Vinícius Martins será o único brasileiro na Transcontinental 2016, a maior prova ciclística e de autosificiência do Velho Continente, que terá início no dia 29 de julho e com cobertura online do EXTREMOS. O desafio é considerado mais como uma expedição do que uma prova em si. Os bikes vão ao estilo bikepacking: leve, rápido e autosuficiente.

O desafio se destaca pela distância, mais de 4.000 km e por não ter um trecho único definido. Apenas a largada na Belgica e a chegada que por enquanto está mantida na Turquia que.

O que é

“No começo das competições de ciclismo, havia um tempo em que muitos ciclistas pegavam suas bicicletas e pedalavam por longas e duras provas, sem carros ou times para apoiá-los. Eles eram apaixonados e resistentes, comiam o que encontravam, dormiam quando podiam e pedalavam o dia todo. Eles não eram atletas ou homens de meios profissionais, eles eram "independentes, livres e aventureiros" que pegavam uma bicicleta e iam em busca de sua fortuna”

Transcontinental Race – Site Oficial

Esse é o primeiro parágrafo do site oficial da Transcontinental Race, sendo também chamada de TCR. É um resgate ao ciclismo clássico, com as tecnologias dos tempos modernos. Procurando a pura satisfação do esporte e com a motivação única da autossuficiência. O resultado será uma prova dura, indo por qualquer condição climática e de rodovias (ou estradas de terra), testando os limites de todos os participantes.

As principais características da prova

ETAPA ÚNICA: O cronômetro nunca pára. Os competidores escolhem onde, quando e como querem descansar.

SEM SUPORTE: Os competidores podem utilizar somente aquilo que eles estiverem portando ou o que encontrarem pelo percurso em estabelecimentos comerciais.

SEM ROTA: É mandatório passar por todos os Pontos de Controle, visitando alguns famosos pontos da Europa, logicamente conectado com a dificuldade peculiar de chegar até eles. O restante fica a cargo do ciclista escolher o caminho que preferir.

RASTREAMENTO: Diferente das provas de 1900, onde havia pouco controle, as provas se tornaram mais curtas e muito mais controladas, as competições ciclísticas se profissionalizaram e, através das tecnologias modernas via satélite e da internet, agora é possível checar o progresso dos ciclistas onde eles estiverem. E é assim que funciona o rastreamento na TCR.



Regras

1. O Ciclista tem que pedalar da largada até a chegada passando por todos os pontos de controle designados pela organização;

2. Qualquer tipo de suporte externo é proibido. Toda a alimentação e suporte mecânico deve ser levado pelo Ciclista ou adquirido pelo percurso;

3. Pegar vácuo é proibido;

4. Toda a movimentação terrestre deve ser humana;

5. Balsa e travessias são permitidas, desde que designadas pelo Diretor da Prova;

6. Os Ciclistas são responsáveis por manter a organização da prova informada constantemente sobre sua posição, além de fornecer evidências de sua rota;

7. Caso o participante fique 2 dias ou mais sem nenhum contato, será assumido como desistência;

8. Ciclistas sem capacete ou sem seguro, estão fora da Prova;

9. É de responsabilidade do ciclista observar e saber as leis locais;

10. O Ciclista deve seguir o espírito de autossuficiência e de iguais oportunidades para todos os ciclistas.


Rota

A rota é um desafio à parte, como o próprio nome diz, é uma “Corrida Transcontinental” com saída da Bélgica (continente europeu) e chegada na Turquia (continente asiático).

A organização só define os pontos obrigatórios de passagem. Os caminhos entre eles devem ser definidos pelo ciclista. Por isso a menção ao “desafio à parte”, pois montar esse trajeto, para um estrangeiro que não conhece todas as leis locais, as regras de trânsito e as melhores rodovias, acaba tornando a prova muito mais difícil.

Pontos de Controle

Haverá 4 pontos de controle obrigatórios na edição de 2016. As coordenadas serão fornecidas e impressas no cartão de controle (Brevet Card). Se a informação tiver algum conflito com alguma referência on-line, valerá a informação impressa.

O propósito básico dos pontos de controle são o registro e a validação das chegadas. O ciclista deverá apresentar o Brevet Card imediatamente à sua chegada para ser devidamente carimbado e seu tempo registrado (data e hora). Nos pontos de controle poderão ter serviços adicionais de alimentação ou hospedagem, mas não se deve assumir que terá esse “conforto”.

A organização e os voluntários poderão oferecer suporte nos pontos de controle, mas isso não é mandatório. Fora desses lugares, não se deve pedir ajuda a eles, somente se você for desistir. Em caso de desistência, o retorno é de responsabilidade do ciclista. Se algum familiar ou amigo quiser encontrar e dar um incentivo, isso deve ser feito somente nos pontos de controle.

Os 4 pontos de controle escolhidos foram cuidadosamente selecionados em pontos altos, com escaladas épicas, que exigirão dos ciclistas muita energia para alcança-los. Esta é uma prova para escaladores, não para velocistas (em inglês “race for climbers, not grinders”).

INÍCIO - Muur Kapelmuur - Geraardsbergen / Bélgica - Altitude: 104 m

PC1 - Puy de Dome - Clermont Ferrand / França - Altitude: 1416 m

PC2 - Furkapass - Obergoms / Suíça - Altitude: 2418 m

PC3 - Passo Giau - Colle Santa Lucia / Itália - Altitude: 2234 m

PC4 - Sedlo Pass - Zabljak / Montenegro - Altitude: 1907 m

FIM - Saat Kulesi - Çanakkale / Turquia - Altitude: 10 m


Rastreamento

Todos os ciclistas serão rastreados via satélite, através de GPS (posicionamento) e satélites de comunicação (monitoramento).

Nas edições anteriores esse trabalho de publicação da posição foi feito pela TrackLeaders com o uso de rastreadores da SPOT.

Esse rastreamento permite saber a localização de todos os participantes, para a própria segurança dos corredores e também para fiscalização da organização e voluntários. Numa prova tão longa e com tantas possibilidades de rota é complicadíssimo controlar pessoalmente cada atleta.

O rastreador reporta a posição a cada 5 minutos, em alguns casos pode falhar e ficar horas sem reportar. Nesse caso, o ciclista deve reportar sua posição através de um formulário pela internet e informar à organização o motivo que levou a ficar tanto tempo sem fornecer o posicionamento on-line.

Um outro ponto importante do rastreamento, além de dar tranquilidade para os amigos e familiares, é ajudar os competidores a compartilhar um pouco do desafio e progresso.

Equipamento

A regra principal é ser autossuficiente, ou seja, tudo que o ciclista precisar, ele deverá levar consigo ou adquirir durante a prova.

O evento acontecerá no verão europeu, isso ajuda muito o planejamento, podendo levar roupas mais leves e aproveitar os dias quentes. Entretanto, o percurso percorrerá lugares altos, como os Alpes Suíços, e com isso baixas temperaturas. É bom estar preparado! É possível também ter que pernoitar em lugares sem infraestrutura, para ganhar tempo ou por não ter encontrado um hotel ou local mais apropriado para um descanso.

Para cobrir essas situações é necessário levar roupas próprias para frio (bota frio!) e também para dormir ao relento (sacos de dormir e barracas leves).

E isso tudo deve ser levado junto com o ciclista.






 

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