A luz de Namche Bazar
da redação: Elias Luiz
6 de outubro de 2010 - 20:22
 
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A última curva antes de chegar a Namche Bazar - Foto: Elias Luiz
 
6º DIA  

Namche Bazar / Nepal
Este foi o dia mais duro até o momento, no dia anterior dormimos em Phakding a 2.800m, por isso hoje tinhamos que caminhar um percurso maior para chegar a Namche Bazar a 3.440m. A trilha continua muito bonita, com muito verde e sempre passamos por diversos vilarejos, a quantidade de trekkers na trilha também cada vez aumenta mais.

Nos vilarejos vejo nepalesas lavando roupas, arrumando encanamento de água que atravessa em meio a nossa trilha, mães dando banho de balde em seus filhos na beira da trilha. As nepalesas são muito bonitas e sempre bem vestidas e sorridentes. O povo nepali é um povo muito recepitivo, educado e sorridente. As vezes acho que eles não tem muita noção do valor das coisas, pois aqui neste trecho uma coca-cola custa Rs 250 (rúpias) e um quarto sem banheiro interno custa Rs 150. O preço da refeição sai por Rs 300. Não sei se eles não tem a noção do valor do dinheiro, ou o baixo preço do alojamento é apenas uma forma de atrair os trekkers. Apenas para vocês terem a noção do valor do dinheiro, Rs 700 (rúpias) equivale a U$ 10.

Após quatro horas de caminhada, chegamos a entrada do parque Sagamartha e 10 minutos depois paramos em Jorsalle a 2690m para o nosso almoço. Um gostoso e picante espagtti foi providencial pelo que tinhamos que enfrentar, sabia que tínhamos apenas mais três horas de trilha e finalmente chegaríamos em Namche Bazar, o problema disso tudo é que Namche está a 3.440m. Tinhamos um desnível de 800m para tirar em pouco tempo.

Minutos após retornarmos a trilha e atravessarmos uma longa ponte de ferro, a trilha finalmente começou a subir, bem ingrime, com degraus escavados na terra, e as vezes feitos de pedras, a cada 30 metros havia uma curva e mais súbida, depois de 10 minutos eu já estava querendo ver o final dessa subida ingreme, que para minha infelicidade durou três longas horas, como um passo a frente do outro e regulando a respiração.

Sempre digo que as boas fotos só conseguimos depois de muito sacrifício, nada vem de graça. E novamente parecia que eu estava prevendo isso, estava caminhando em uma trilha relativamente plana e a minha frente uma curva, que seria a última antes de chegar Namche Bazar. Avisto uma nepalesa a beira do abismo com seu filho no colo. A minha frente uma trekker caminha apressadamente sentindo que Namche se aproximava, a composição está se formando e o contra-luz deixa a cena ainda mais bonita, preparo a minha máquina e aguardo o momento ideal, dou o primeiro clique e espero a trekker chegar mais perto da nepalesa, experimento um clique na vertical, mas a cena não me agrada, volto rapidamente para a horizontal, fecho um pouco mais o diafragma e agora sim, clico e a cena fica registrada em minha retina e me delicio com este momento prazeroso para um fotógrafo.

 
 
 
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