Minimalismo. Uma palavra que soa sutil, mas que esconde um significado profundo. Muito mais que um conceito, um estilo de vida. Consiste em se atingir um objetivo com o mínimo de equipamentos, contando apenas com a grande experiência, determinação e uma motivação infinita que eleva o espírito humano.

No próximo dia 27 de setembro, estreará na Europa o filme biográfico sobre um dos maiores exemplos de minimalistas do alpinismo moderno: o italiano Reinhold Messner. Não é por acaso que ele também foi apontado como o maior montanhista da história. Essa estreita relação tem razão de ser. Suas bem sucedidas ascensões ao Everest, primeiro sem oxigênio suplementar e, no ano seguinte, em solitário - reveladas através dos livros Everest In Solitário e Everest sem Oxigênio – demonstram a grandeza do espírito humano sobre a tecnologia e as regras rígidas.

No minimalismo, menos significa mais. É nele que reside a essência, a grandeza, é onde repousa a pureza da exploração, o verdadeiro espírito livre. Pregando o desapego, os minimalistas muitas vezes enfrentam desconforto e insegurança. Mas esses gênios mostram que tudo pode ser superado com o desenvolvimento de uma alma e mentes fortes.

Como Messner, ser minimalista implica grande capacidade de auto-suficiência, habilidade de sobrevivência e cultivo de um espírito sempre otimista. É viver do meio, da terra. É entrar em harmonia com o ambiente em que se está, negociando e ouvindo-o constantemente. É estar com os sentidos sempre aguçados, o coração tranquilo e a mente alerta.

Resumidamente, são quatro seus princípios:

1- Grande capacidade para enfrentar o desconforto.

2- Elevado conhecimento sobre o ambiente, as técnicas de sobrevivência, e sobre si mesmo.

3- Experiências prévias com situações não minimalistas, de modo a testar diferentes princípios.

4- Aproveitamento dos recursos naturais do local em que se encontra.

Se pararmos para analisar, perceberemos que os grandes mestres da humanidade foram minimalistas. Viviam com pouco para exaltar a grandeza de suas almas. É exatamente isso o que veremos no filme de Messner. Descobriremos que, para ser mínimo por fora, é preciso ser máximo por dentro.