Kilimanjaro - 1º Dia – O começo da escalada, de Nale Moru aos 2600m
da redação, por: Adriana Miller
17 de janeiro - 00:13
 
   
 
 

Nosso primeiro dia na montanha começou cedo – e com um último e reforçado banho!
Tivemos um último briefing com o guia líder, ajudamos a organizar as malas e mochilas no jeep e seguimos na estrada de terra por cerca de 2h30 até a entrada do Parque Nacional do Kilimanjaro, pelo lado norte, perto da fronteira com o Kenya.

A viagem de carro foi bem legal e "interessante", onde pela primeira vez na viagem finalmente me senti na Africa – estradas de barro e terra sem ter fim, muitos bananais por todos os lados e a pobreza e simplicidade impossível de ignorar! E isso porque devido a industria do turismo a região do Kilimanjaro é uma das mais prósperas do país…

Passamos por vários mercados de rua, vilas e vilarejos, onde tivemos o primeiro contato e vimos de perto como é o dia a dia e a vida da população local – e acho que a reação era reciproca! Cada vez que passávamos por algum vilarejo, nos ficávamos todos animados, tirando fotos e prestando atenção nas roupas coloridas, sacos de batata na cabeça das mulheres, as árvores e frutas "exóticas", e etc, e da mesma maneira que assim que a população local percebia que tinha um jeep de turistas cruzando suas ruas eles vinham para beira da estrada (principalmente as crianças!) para nos ver, dar tchau, correr atrás do carro…
Quando finalmente chegamos no portão da entrada do parque, o tempo tinha virado totalmente!
Um nevoeiro denso, com uma chuvinha chata que de cara desinflou nossos ânimos… lá fomos nós desempacotar mais camadas de roupas, colocar nossas capas de chuva, luva, gorros, e afins…

Mas antes de finalmente subirmos a montanha, tivemos a primeira apresentação oficial da equipe de apoio e conhecemos os 4 guias assistentes e o cozinheiro chefe – uma última sessão de perguntas e respostas, registro de todo mundo com a Guarda Florestal, e lá fomos nós floresta acima!

Nesse primeiro dia começamos a trilha a 1.900 metros de altitude e cruzamos boa parte do dia na zona de floresta Tropical e cultivo, cruzamos um pequeno vilarejo de cultivo de milho no meio do nada (a criançada fez a festa quando nos viu chegando!!) até que começamos a adentrar a zona de floresta Alpina e a montanha ficou absolutamente deserta dai para frente!
Ao longo do dia a chuva apertou bastante, o que foi extremamente frustrante… além dos motivos óbvios do frio e humidade, que não são nada legais quando se esta totalmente exposto aos elementos, mas principalmente o aspecto psicológico da viagem… Mal conseguíamos ver um palmo na frente do nariz, quanto mais conseguir admirar a paisagem da subida e ver os animais, (conseguíamos ouvir os animais, mas ver que é bom, nada…).
Já no fim do dia, chegamos ao acampamento, onde cada um de nós (cada casal/grupo) "conheceu" sua tenda e seu "ajudante de tenda", nos mostraram como funcionava o banheiro, onde era a tenda comunitária e fomos oficialmente apresentados ao "washy-washy"…
Quando pensávamos que finalmente íamos poder descansar depois de mais de 5 horas de caminhada…. O guia nos levou para mais uma caminhada de aclimatização de cerca de mais 1 hora de subida íngreme…
Mas pelo menos chegamos no acampamento (a 2.600 metros de altitude) bem na hora do Washy-Washy e já com tudo pronto para nosso primeiro jantar!
Como a chuva ainda estava apertada, e todos estávamos exaustos, não rolou muita confraternização na barraca comunitária, e acabamos indo todos dormir assim que o sol se pôs…
Essa não foi a primeira vez que acampei na vida, então sabia muito bem o que esperar. O único problema é que todas as outras vezes que acampei na vida (e foram muitas!) era em região de praia e fazia calor. Não me importei nem um pouco em ficar confinada na barraca, pra mim o pior mesmo foi conseguir ficar confortavelmente "embrulhada" no saco de dormir ultra grosso (era um saco de dormir de 4 estacões em formato "múmia"), e pior: como paramos pra acampar no meio do nada na montanha, o solo era íngreme! Então lentamente íamos escorregando pro pé da barraca, e acabei acordando varias vezes durante a noite pra me "empurrar" de volta (até porque o saco de dormir escorrega no colchão térmico, que por sua vez escorrega no chão da barraca…)!
Mas surpreendentemente, acabei apagando e dormi super bem!